domingo, 11 de maio de 2008

A internacionalização da Internet

Atualmente, quem não fala inglês encontra uma grande barreira no acesso à informação de qualidade, pois grande parte dos documentos mais procurados somente estão disponíveis na língua de Shakespeare.

E isso cria graves problemas. Quem não fala o inglês como língua materna ou apenas estudou a língua na escola pode não alcançar uma compreensão satisfatória do teor dos documentos disponíveis. Se tivéssemos estes documentos em Esperanto, eles também estariam em uma língua diferente da língua materna da maioria das pessoas. No entanto, é muito mais fácil atingir um nível alto de compreensão no Esperanto do que no Inglês ou em qualquer outra língua nacional. Além disso, estima-se que daqui a 20 anos, o PIB da China supere o dos EUA, trazendo grandes transformações econômicas. Como nova mega-potência, certamente se tornará referência em pioneirismo industrial, científico e tecnológico e publicará terabytes de novos conhecimentos… principalmente em Mandarim, Wu e Cantonês! Quem hoje fala inglês precisará investir em outro(s) idioma(s), se quiser estar constantemente atualizado. E quem não fala inglês, assim que estiver fluente no idioma dos estadunidenses, retornará para o nível básico do idioma então dominante.

Isso tudo, claro, se a pesquisa que eu li se mostrar acertada, e se a Índia, com 22 línguas oficiais, não superar a China logo em seguida…

Existem muitos outros aspectos a serem analisados na questão do idioma internacional, e para aprofundar-se neles, eu recomendo a leitura do artigo LÍNGUAS INTERNACIONAIS E DIREITOS HUMANOS INTERNACIONAIS, de Robert Phillipson, disponível aqui.

Já estou convicto da necessidade de um instrumento de comunicação entre pessoas de todo o mundo, mas este tem de ser imparcial, para que as relações entre os países, bem como o acesso à informação se dê de forma mais justa. Por isso, apóio totalmente o uso do Esperanto como língua internacional, e começo aqui a discutir algumas formas de consolidação de seu status de “ponte” de comunicação na Internet, para tentar diminuir este “muro” que hoje existe.

Por tudo isso, acho que é super importante discutirmos formas de “internacionalizar” a informação da Internet, de forma real e permanente, para facilitar o acesso de pessoas do mundo inteiro e para preservar os idiomas existentes. Neste sentido, um site da Internet estaria disponível para todos os seus visitantes com apenas duas versões de seu texto: uma no idioma oficial (ou língua materna do autor) para divulgação no país local ou para falantes da mesma língua em outros países e outra em esperanto, para divulgação ao resto do mundo ou aos falantes de outra língua naquele país.

Para isso é preciso falar esperanto, claro. Nenhum tradutor on-line dispensa, até o momento, a revisão de alguém com boa fluência, para corrigir algumas palavras que não foram encontradas no dicionário, para ajustar o estilo, para melhor definir alguns termos, para evitar mudanças de sentido ou más interpretações, etc.. Mas existem ferramentas que facilitam o trabalho do tradutor e também que ajudam no aprendizado do idioma.

Pretendo relacionar os recursos mais eficientes que conheci, até o momento, que podem ser utilizados como ferramentas importantes da internacionalização da Internet, sempre com os links, descrição, minha avaliação e citando os autores, claro.

Começarei com duas ferramentas muito boas para quem quer aprender Esperanto. Escolhi por serem totalmente gratuitas e fáceis de usar e pela abrangência. Com as duas ferramentas, você tem a opção de estudar em um PC com Windows ou com Linux, conectado na Internet ou mesmo quando estiver off-line.

Lernu (www.lernu.net): com mais de 10 cursos gratuitos (níveis básico, médio e avançado), com bons recursos audiovisuais, e exercícios de leitura, escuta e escrita. Cursos on-line (adequado ao Internet Explorer e ao Firefox, portanto, visualizável em Linux e Windows) e arquivos para baixar, em PDF e MP3. Tem muitos livros completos em Esperanto, um dicionário super legal, sala de bate-papo (em poucos meses de aprendizado eu pude ali conversar com pessoas de países como Lituânia, Hungria e Polônia), serviço de ajudante linguístico na sua língua materna (o portal está disponível em cerca de 30 idiomas), palavra do dia no e-mail, piadas, contos e muitas novidades. O portal foi lançado há seis anos, pelo grupo de trabalho "Esperanto na Internet" (e@i) ligado à Organização Mundial da Juventude Esperantista, e apoiado pela Fundação de Estudos do Esperanto (ESF). Nota: 10



Kurso de Esperanto(www.kurso.com.br): excelente curso de nível básico com 12 lições para baixar e estudar no computador. Totalmente audiovisual, você pode ouvir a pronúncia de cada letra ou palavra aprendida, só clicando com o mouse. Cada lição tem exercícios de múltipla escolha, de escrita (“ditado”), e de pronúncia (você pode comparar sua pronúncia com a do locutor). O curso foi feito por um brasileiro, Carlos Alberto Alves Pereira e já foi traduzido para mais de 30 idiomas diferentes e é compatível com Linux e Windows. Nota: 10

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